"Os vícios entram tanto na composição das virtudes como os venenos na dos remédios ."
François La Rochefoucauld
CONCEITOS
• Droga - (do francês drogue, provavelmente do neerlandês droog, "seco, coisa seca"), narcótico,entorpecente ou estupefaciente são terminologias que designam substâncias químicas que causam adulterações dos sentidos.
Droga, no sentido original, envolve enorme abundância de substâncias, que vai do carvão à simples aspirina. Seja qualquer produto alucinógeno (ácido lisérgico, mescalina etc.) que leve à dependência química e outra substância ou produto tóxico (fumo, álcool etc.) de uso exagerado, são também sinônimo como entorpecentes.
• Dependência - É a tendência de o Ser humano consumir droga de forma contínua ou cíclica (frequentemente) para obter prazer. Existem também indivíduos que usam constantemente determinada droga para abrandar tensões, ansiedades, medos, sensações físicas, desagradáveis, etc. O dependente distingue-se porque não consegue dominar-se no consumo de drogas, opera impulsivamente e recorrente. Essa vinculação subordinada apresenta-se de duas formas, física e psicológica.
• A dependência física – Distingue-se pelos sintomas físicos que aparecem quando a pessoa deixa de tomar a droga ou diminui bruscamente o seu uso: é a síndrome de abstinência. Os sinais e os sintomas de abstinência dependem do tipo de substância utilizada e aparecem em algumas horas ou dias após ter sido consumida pela última vez. Nos dependentes do álcool, por exemplo, a abstinência pode provocar tremores, náuseas, vômitos e até um quadro de abstinência mais grave denominada "delirium tremens", com risco de morte, em alguns casos.
• A dependência psicológica corresponde ao desconforto do dependente quando interrompe o uso de uma droga. Os sintomas são, ansiedade, sensação de vazio, dificuldade de concentração, mas que podem variar conforme o individuo. Existe medicação atualmente, que permite nos casos de dependência física poderem ser tratados.
No entanto o que geralmente faz com que uma pessoa volte a usar drogas é a dependência psicológica, de difícil tratamento e não pode ser resolvida de forma relativamente rápida e simples como a dependência física.
• Overdose – É o termo cientifico usado para designar o excesso no organismo de grandes doses de substâncias químicas, seja um medicamento, droga ou outra substância qualquer. É no fundo a denominação para o abuso agudo a doses excessivas de uma droga, incidindo ou não com a intoxicação, isto é, havendo ou não sinais e sintomas clínicos que debilitam o organismo, provocando a falência de órgãos vitais comocoração e pulmões.
O corpo humano tem limites. Os sintomas da overdose geralmente são: problemas respiratórios e perda de consciência. A overdose é fatal em vários casos e uma das principais causas de morte dos dependentes químicos.
• Metadona - Produzida em laboratório, tem um efeito mais prolongado que a heroína, é um poderoso analgésico e é tomada apenas uma vez ao dia sem que o paciente tenha sintomas de "ressaca", sendo esta a sua grande propriedade. É administrada por via oral e permite um melhor controlo sanitário.
Não causa danos físicos no cérebro, nos rins e nos ossos. Tem alto poder aditivo, ainda que este seja inferior ao da heroína. Por ser tóxica e poder gerar comportamentos a sua administração tem de ser cuidadosa e vigiada por técnicos. A toma de doses extra de metadona e a mistura com sedativos ou álcool aumentam o risco de overdose.
As vantagens da sua prescrição é de poder ser integrada em programas de tratamento da redução do uso de droga ilícita, a diminuição do consumo de opiáceos ilegais, dos comportamentos criminosos e da mortalidade dos toxicodependentes. Além disso, os doentes organizam mais facilmente outros aspectos das suas vidas.
INTRODUÇÃO
"Aquele que dependeu apenas de si mesmo e pode, em tudo, ser tudo para si, é o que se encontra em melhor situação."
Fonte: "Aforismos sobre a Sabedoria da Vida" , Arthur Schopenhauer
A droga é um flagelo complexo e destruidor. Milhares de jovens e adultos, sentem-se atraídos pela ilusão que ela incute no seu psiquismo, impulsionados pela indução a que ela os envolve, porém muitas das vezes nem refletindo da gravosa atitude a que se submetem.
Uns pela desventura social, outros pela busca duma felicidade que não passa de uma mera fuga de si mesmos, mutilando suas vidas e daqueles que os amam, os seus Familiares.
Mas afinal que fazer perante esta fatalidade que aumenta, vejam-se as estatísticas da no mais recente relatório da Organização das Nações Unidas sobre o consumo de drogas no mundo, publicado no final de Junho, cerca de 200 milhões de pessoas, representando cerca de 5% da população mundial com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos, consumiram drogas ilícitas no último ano.
Este número representa um acréscimo de 15 milhões de consumidores relativamente às estimativas do ano anterior, mas ainda assim é muito menor do que a percentagem da população mundial que, de acordo com o mesmo documento, abusa de substâncias psicoativas lícitas, como é o caso do tabaco (30%) e do álcool (50%).
Então perante tal cenário questiona-se? Que se tem feito para diminuir, este problema? Quais os métodos de alerta, que prevenção de saúde, o que se pode fazer para ajudar a eliminar este suicídio lento a cada dia que passa. E os que estão enriquecendo com o narcotráfico ?
É realmente o tal dilema do poder materialista sobre a razão que conspira contra a justiça e aniquila as vidas daqueles que sugam o sumo proibido pela incúria da falta de educação ética, porque todo vicio tem cunho moral. Existe, no entanto a opção da liberalização das drogas! Será benéfica, vai diminuir a dependência, o narcotráfico vai desaparecer, qual a visão espírita desta situação?!
Liberalizar, sim ou não?
"Se nós não sabemos gostar de nós próprios, como vamos ser capazes de amar os outros?"
Victor Passos
Segundo Eugène Delacroix, in 'Diário' os vícios são de corpo e alma
"Se descobrires em ti um ponto fraco, em vez de o dissimulares reduz-te às tuas próprias dimensões e corrige-te. Ah! se a alma tivesse de combater só o corpo?! Porque ela também tem as suas inclinações viciosas e é necessário que uma das suas partes - a mais pequena, mas ao mesmo tempo a mais divina - combata a outra, sem cessar. Todas as paixões do corpo são vis. As da alma, que são vis, tornam-se verdadeiros cancros: a inveja, etc. A cobardia é tão vil que deve ser comum a ambos."
Na realidade estamos sempre mais próximos do erro quando queremos viver pela sombra e ninguém tenha duvidas, que a busca das drogas é sempre uma opção de livre - arbítrio, podemos colocar muitas causas, tomar muitas direções, mas ela tem sempre a raiz no próprio demando de conduta, na busca de prazeres mundanos, nos medos da realidade, da nossa concha. Estamos sempre procurando refugio para acobertar a mutilação pelas drogas, mas não podemos esquecer de forma alguma que o cancro está no silencio, da acrópoles daqueles que estão envolvidos pelo lucro, por os que governam e por aqueles que se desculpam consumindo, porém os culpados estão omissos esta é a concha, constante que inibe as respostas reais a esta veia maquiavélica do mundo da droga.
Séneca, in 'Cartas a Lucílio' nos ensina que "Não há vício que se não esconda atrás de boas razões; a princípio, todos são aparentemente modestos e aceitáveis, só que a pouco e pouco vão-se expandindo. Não conseguirás pôr fim a um vício se deixares que ele se instale. Toda a paixão é ligeira de início; depois vai-se intensificando, e à medida que progride vai ganhando forças. É mais difícil libertarmo-nos de uma paixão do que impedir-lhe o acesso. Ninguém ignora que todas as paixões decorrem de uma tendência, por assim dizer, natural. A natureza confiou-nos a tarefa de cuidar de nós próprios, mas, se formos demasiado complacentes, o que era tendência torna-se vício. Aos actos necessários juntou a natureza o prazer, não para que fizéssemos deste a nossa finalidade mas apenas para nos tornar mais agradáveis aquelas coisas sem as quais é impossível a existência. Se o procuramos por si mesmo, caímos na libertinagem. Resistamos, portanto, às paixões quando elas se aproximam, já que, conforme disse, é mais fácil não as deixar entrar do que pô-las fora. ".
Existe tanta desinformação, quem vê a liberalização das drogas como uma saída, apenas está a adiar um caminho que não tem volta, porque é nas pequenas coisas que tudo se aufere, senão vejam, um simples cigarro tem 7.000 produtos químicos e dentro dos quais alguns radioativos no entanto é licito fumar?! As bebidas alcoólicas de igual forma, empobrecem o organismo destruindo as células e abrindo caminho para cirroses e problemas de pâncreas, no entanto aí estão são legais!?
Claro que temos a vertente que alega ser um mal menor, mas isso não deixa de acarretar destruição do corpo, porém, continuamos consentindo e minimizando. Os governos mesmo proibindo em determinados locais, não podem assumir o aniquilamento pois é uma subeja forma de ir buscar os seus rendimentos pelos impostos. Esta teia, é enormíssima e isso dificulta toda e qualquer possibilidade de neutralização, quer do narcotráfico, quer do aumento de consumidores.
A juntar a tudo isto vejam os Países que liberalizaram as drogas, Holanda, Suíça, Alemanha, Reino Unido e Dinamarca, quais foram os ganhos?! Mais violência, maior numero de jovens a iniciar a viciação e os ganhos praticamente nenhuns, tudo porque os que eram dependentes não deixaram de o ser e aqueles que não eram passaram a ter oportunidade mais fácil de serem dependentes porque a liberalização se fez um pau de dois gumes. Mas mais ridículo é a Dinamarca dispor de clinicas de distribuição de heroína, por prescrição medica?! Aonde pára a ética medica? Em nome de evitar a promiscuidade, mata-se ou induze-se o suicídio, mesmo que indireto?!
Afinal as clinicas de recuperação, com o apoio da metadona e Lofexidine, bem administradas, com um programa de coerência e ajuda constante, apoio medico e Familiar não fariam um trabalho melhor?! O incentivo a tarefas espirituais e de valorização humana, não seriam bons handicapes para ajudar na recuperação?
Sabemos perfeitamente que um dos problemas ao nível da libertação do consumo de drogas, tem por dificuldade a vampirização que os envolve, tornando mais difícil essa libertação, daí a importância da Ciência medica se juntar ao vinculo espiritual, de forma a juntar forças para ajudar a diminuir este flagelo.
Liberalizar ou proibir? Todos temos livre-arbítrio, as escolhas são sempre nossas, por muito que procuremos justificativas temos de ter em conta que somos espíritos em evolução, que expiamos por conta própria dos nossos tropeços, temos que educar, moralizando aqueles que de nós precisam, afim de não asfixiarem pelo hálito do vicio.
O Livro Dos Espíritos de Allan Kardec, traduz bem essa necessidade vejamos;.
630. Como se pode distinguir o bem do mal?
— O bem é tudo o que está de acordo com a lei de Deus e o mal é tudo o que dela se afasta. Assim, fazer o bem é se conformar à lei de Deus; fazer o mal é infringir essa lei.
631. O homem tem meios para distinguir por si mesmo o bem e o mal?
— Sim, quando ele crê em Deus e quando o quer saber. Deus lhe deu a inteligência para discernir um e outro.
632. O homem, que é sujeito a errar, não pode enganar-se na apreciação do bem e do mal e crer que faz o bem quando em realidade está fazendo o mal?
— Jesus vos disse: vede o que quereríeis que vos fizessem ou não; tudo se resume nisso. Assim não vos enganareis.
633. A regra do bem e do mal, que se poderia chamar de reciprocidade ou de solidariedade, não pode ser aplicada à conduta pessoal do homem para consigo mesmo. Encontra ele, na lei natural, a regra desta conduta e um guia seguro?
— Quando comeis de mais, isso vos faz mal. Pois bem: é Deus que vos dá a medida do que vos falta. Quando a ultrapassais, sois punidos. O mesmo se dá com tudo o mais. A lei natural traça para o homem o limite das suas necessidades; quando ele o ultrapassa é punido pelo sofrimento. Se o homem escutasse, em todas as coisas, essa voz que diz: chega, evitaria a maior parte dos males de que acusa a Natureza.
634. Por que o mal se encontra na natureza das coisas? Falo do mal moral. Deus não poderia criar a Humanidade em melhores condições?
— Já te dissemos: os Espíritos foram criados simples e ignorantes. (Ver o item 115) Deus deixa ao homem a escolha do caminho: tanto pior para ele se seguir o mal; sua peregrinação será mais longa. Se não existissem montanhas não poderia o homem compreender que se pode subir e descer, e se não existissem rochas não compreenderia que há corpos duros. É necessário que o Espírito adquira a experiência, e para isso é necessário que ele conheça o bem e o mal; eis porque existe a união do Espírito e do corpo. (Ver item 119)
Paixões
908. Como definir o limite em que as paixões deixam de ser boas ou más?
— As paixões são como um cavalo que é útil quando governado e perigoso quando governa. Reconhecei, pois, que uma paixão se torna perniciosa no momento em que a deixais de governar, e quando resulta num prejuízo qualquer para vós ou para outro.
As paixões são alavancas que decuplicam as forças do homem e o ajudam a cumprir os desígnios da Providência. Mas, se em vez de as dirigir, o homem se deixa dirigir por elas, cai no excesso e a própria força que em suas mãos poderia fazer o bem recai sobre ele e o esmaga.
Todas as paixões têm seu princípio num sentimento ou numa necessidade da Natureza. O princípio das paixões não é portanto um mal, pois repousa sobre uma das condições providenciais da nossa existência. A paixão propriamente dita é o exagero de uma necessidade ou de um sentimento; está no excesso e não na causa; e esse excesso se torna mau quando tem por conseqüência algum mal.
Toda paixão que aproximou o homem da natureza animal distancia-o da natureza espiritual.
Todo sentimento que eleva o homem acima da natureza animal anuncia o predomínio do Espírito sobre a matéria e o aproxima da perfeição.
909. O homem poderia sempre vencer as suas más tendências pelos seus próprios esforços?
— Sim, e às vezes com pouco esforço; o que lhe falta é a vontade. Ah, como são poucos os que se esforçam!
911. Não existem paixões de tal maneira vivas e irresistíveis que a vontade seja impotente para as superar?
— Há muitas pessoas que dizem: "Eu quero!" mas a vontade está apenas nos seus lábios. Elas querem mas estão muito satisfeitas de que não pode superar suas paixões é que o seu Espírito nelas se compraz por conseqüência de sua própria inferioridade. Aquele que procura reprimi-las compreende a sua natureza espiritual; vencê-las é para ele um triunfo do Espírito sobre a matéria.
É bem verdade meus Irmãos, não chega dizer quero com os lábios, a vida faz-se pela conduta nas ações e pelo emprego dos ensinos do Mestre, sabendo sempre que a retidão nas escolhas vão escrever o livro da vida, e portanto "Cada um segundo suas obras".
Liberalizar, no contexto espiritual será usurpar o os valores do amor e da razão, porque manda o bom senso é preciso educar e disciplinar as mentes e tornar as Leis humanas mais concernes com a solidariedade e fraternidade, mas sempre dentro dos valores da razão e justiça.
A melhor forma de combatermos o mal é conhecê-lo, então pela prevenção educativa podemos e devemos levar luz de entendimento às famílias, incentivando o abraço da Evangelização, porque só nos conhecendo e sabendo como distinguir o mal venceremos.
Liberalizar ou oprimir, prefiro regenerar.
Bibliografia
O Livro dos Espíritos de Allan Kardec
Wikipedia
http://www.citador.pt/
http://www.fcsh.unl.pt/cadeiras/ciberjornalismo/ciber2000/metadona/metadonaoquee.htm
Apoio de companheiros que deram sua opinião sobre a temática
Fonte: http://www.forumespirita.net/fe/toxicodependencia/liberalizacao-das-drogas-na-visao-espirita/
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